segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

DESNORTEIO – FASCINANTE, SUCINTO E MORDAZ.



Eis aqui mais um livro que li de uma editora independente, no caso o magnífico Desnorteio” de Paula Fábrio (Editora Patuá, 2012) que ganhou o Prêmio São Paulo de 2013 na categoria autor estreante, eu o havia lido já faz alguns meses, mas só agora pude resenhá-lo!
Antes de tudo gostaria de dizer que, sabe aqueles livros que você começa a ler e logo se identifica com a leitura, o gênero e o estilo do autor (a)? Assim é o “Desnorteio”.
O livro nos fascina do inicio ao fim com uma escrita sucinta, mordaz e direta que nos faz viajar a cada capítulo na medida em que discorremos suas páginas. A autora nos mostra o quanto a vida é simples, breve e dispendiosa! Isso mesmo, segundo seus personagens não importa o modo como viva, pois de qualquer maneira viver é uma perca de tempo! Ou melhor, o tempo passa para todos. E assim cabe somente a você saber utilizar esse tempo que é implacável a todos!

Ao lê-lo vemos que ninguém conta o tempo quando se é jovem, mas quando se chega a certa idade esse mesmo tempo passa a ser relevante. Literalmente a autora nos revela as entranhas da vida, no qual o teor de sua prosa deixa entrelinhas para o leitor usar sua “imaginação”, às vezes revelando um lado que ninguém deseja ver; uma vida onde nada acontece, ou a morte onde algo pode acontecer!

A autora me fez lembrar em algumas de suas passagens lacônicas um dos melhores autores que já li e um dos meus favoritos; o português Gonçalo M. Tavares. E eis aqui um dos motivos pelo qual adoro ler romances, pois Ela soube muito bem discorrer dentre os parágrafos os detalhes dos dramas da vida real, mostrando-nos de maneira concisa ao mesmo tempo em que cabal com sua maestria literária!

Em tempos de decadência a autora nos faz refletir sobre a “imaginação”, algo imprescindível para a criação da arte, pois na qual jaz a verdadeira inteligência. Poucos sabem que o estado letárgico de nossa geração se deve a súbita morte da “imaginação”! Cuja morte nos leva a uma decadência artística, cultural, moral ou até mesmo “generalizada”! Na qual a arte sobrevive à sombra de uma estética viral e febril, limitando nossa capacidade de imaginar ou criar, e assim privando-nos de qualquer inteligência que venha a florescer!

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