Eis mais um belo livro
lido, há muito não lia um livro bom! Mesmo não sendo um desses livros admiráveis ou
herméticos como os de José Saramago ou Milton Hatoum, sua leitura é aprazível e simples,
contendo apenas cem páginas, no qual pude lê-lo numa tarde.
Em seu livro de
estreia, Daniel Galera, nos mostra um homem dentre seus 25 anos que consome os
dias olhando a paisagem de pedra pela janela de seu apartamento vazio, situado
no centro de Porto Alegre, bebendo cerveja ou caminhando sem destino pelas ruas
da cidade. Até o dia em que um cão e uma modelo entram repentinamente em sua
vida.
O narrador personagem
tem dificuldade de escolher entre as privações do cotidiano e as infinitas
possibilidades que os riscos oferecem a cada dia. Resignação na qual ele acaba
viciado e pagando um preço alto por isso.
O personagem também sente
temor de tomar decisões, privando-se da vida agitada, vive confinado em seu apartamento,
passando os dias a fumar, a beber e a transar com a namorada, Marcela. Mesmo vivendo
sem riscos emocionais, acaba sentindo os efeitos da ação e reação! E a partir
de então o mundo se torna mais interessante, e aí, o personagem compreende o
preço cobrado pelas paixões!
Com uma história
vagarosa e uma lenta evolução, o autor consegue transportar o leitor para uma introspecção
do seu personagem, onde quase nada acontece, e aí a morte vem para quebrar o
ritmo da rotina que o consome lentamente, enfim, mostrar que tudo pode mudar. E
assim a vida termina por revelar sua ternura.
O livro Até o
Dia em que o Cão Morreu foi adaptado para o cinema por
Beto Brant e Renato Ciasca, cujo título é Cão Sem Dono.
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